AS MELHORES ORQUESTRAS DO MUNDO 

Orquestra do Royal Concertgebouw de Amsterdam
A edição de dezembro da revista Gramophone chegou às bancas de Londres neste fim de semana com uma lista das 20 melhores orquestras do mundo. Melhor é um conceito relativo e, na maior parte das vezes, é opinião feita  para provocar discussão. Principalmente quando publicadas como listas.
Mas ninguém vai vender milhares de revistas com uma matéria chamada "As 20 Orquestras Prediletas de 11 Críticos". Mesmo sendo, na maior parte deles, gente séria, críticos de sólida formação musical que convivem diariamente com estas orquestras há muitos anos, podendo mesmo compará-las às outras e, mais importante, a elas mesmas em outros momentos. Uma comparação técnica é quase impossível; precisaríamos ter gravações de uma mesma obra, dirigida por um mesmo maestro em diversas orquestras para uma "audição cega", em que pudéssemos compará-las sem saber quais estamos ouvindo. A lista tem muitas surpresas. Veja:
1 Orquestra Royal Concertgebouw de Amsterdam

2 Orquestra Filarmônica de Berlim 

3 Orquestra Filarmônica de Viena 

4 Orquestra Sinfônica de Londres 

5 Orquestra Sinfônica de Chicago 

6 Orquestra Sinfônica  da Rádio da Bavaria  

7 Cleveland Orchestra 

8 Orquestra Filarmônica de Los Angeles

9 Orquestra do Festival de Budapest 

10 Dresden Staatskapelle 

11 Orquestra Sinfônica de Boston 

12 Orquestra Filarmônica de Nova Iorque 

13 Orquestra Sinfônica de São Francisco  

14 Orquestra do Teatro Mariinsky 

15 Orquestra Nacional Russa 

16 Orquestra Filarmônica de Leningrado

17 Orquestra da  Gewandhaus de Leipzig 

18 Metropolitan Opera Orchestra 

19 Orquestra Sinfônica Saito Kinen 

20 Orquestra Filarmônica Tcheca 

Provavelmente a primeira surpresa é: a Filarmônica de Berlim não está em primeiro lugar? Nem a de Viena? Não. A primeira colocada é a orquestra dirigida por Mariss Jansons. E aqui começa a resposta: exite um elemento importantíssimo chamado "maestro".Claro que músicos de qualidade, tradição, bons sistemas de gestão, recursos abundantes, autonomia artística, tudo isso faz diferença, mas essas são condições básicas de existência, não de suficiência. Todas estas, e mais outras dezenas delas, têm essas condições. A diferença está em Mariss Jansosn, Simon Rattle, Colin Davis, Bernard Haitink, entre vários outros. Conjuntos são a essência de sonoridades extraordinárias: maestros dão a elas um sentido, uma interpretação. Um exemplo clássico é a Filarmônica de Viena que, sem contar com um diretor permanente, escolhe seus regentes convidados - numa mesma semana ela pode soar como o instrumento dos deuses e como um desastre.
Uma outra surpresa, que acho especialmente feliz, é que aparecem aqui orquestras que só poderiam ser destacadas por especialistas muito criteriosos, com muita autonomia das pressões das grandes marcas. Estão aí a Orquestra do Festival de Budapeste, a Filarmônica Tcheca e a japonesa Saito Kinen. Também há ausências incompreensíveis como a Orquestra do Festival de Lucerna, dirigida por Claudio Abbado, e a Berlin Staatskapelle, dirigida por Daniel Barenboim. Também é difícil concordar com esta Filarmônica de Nova Iorque de Lorin Maazel ser considerada melhor do que a Sinfônica de São Francisco de Michael Tilson Thomas e a Metropolitan Opera.
Provavelmente a lista voltará a ser publicada no ano que vem e haverá uma dança das cadeiras. Até lá, vamos ouvir muita música, por todos esses conjuntos maravilhosos que continuam sempre a demonstrar como a música sinfônica é uma das maiores realizações humanas. Como, por exemplo, a primeira colocada tocando Petrushka, de Igor Stravinsky, sob a direção de Mariss Jansons.

 
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